De olho no mercado internacional, produtores investem na geolocalização de propriedades rurais.
ADAB E FAEB mobilizam produtores a fazerem o georreferenciamento de suas terras para tornar a Bahia o primeiro estado do Nordeste a ser Zona Livre de Aftosa sem Vacinação, alcançando assim os grandes mercados importadores pelo mundo.
Para a Bahia se tornar Zona Livre de Aftosa Sem Vacinação vai precisar do apoio e mobilização dos produtores na realização do cadastro de geolocalização de propriedades rurais. A medida é uma das exigências do Ministério da Agricultura e Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para suspender a obrigatoriedade da vacina contra a doença em território baiano, diminuindo o custo da produção agropecuária, já que o criador não vai gastar com a aquisição de doses, e possibilitar uma base de sustentação a um serviço de defesa sanitária mais ágil e eficiente.
Atualmente existem 377.864 propriedades em todo o Estado. Destas, 48,7% já estão geolocalizadas no sistema da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab). A meta do órgão é geolocalizar 100% delas até dezembro deste ano. Para alcançar a totalidade, a Agência vai contar com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb). As duas instituições uniram esforços e montaram estratégias para incrementar esses dados. A partir de agora, os produtores terão a chance de fazer a autodeclaração, através do ícone “Geolocalização” no site www.adab.ba.gov.br.
“Precisamos assegurar a sanidade do rebanho baiano e a qualidade das lavouras, abrangendo fazendas de pequeno, médio e grande porte do Estado”, explica o diretor geral da Adab, Oziel Oliveira. Desde 2019, por meio da Portaria n° 186, a Agência tornou obrigatória a inclusão das coordenadas geográficas para abertura de novos cadastros na base de dados da instituição. “Com o apoio da Faeb e sua capilaridade, pretendemos mobilizar os produtores para que eles compreendam a importância dessa ação, já que o setor agropecuário é responsável por movimentar parte significativa da economia baiana, além de alimentar a população com produtos seguros para o consumo”.
A Faeb disponibilizou sua estrutura e redes de apoio. A entidade vai mobilizar os pecuaristas que tiverem conectividade nas fazendas a fazer a autodeclaração. Aqueles que não tiverem sinal de internet serão orientados a procurar um posto da Adab para declarar. “A geolocalização é item essencial para a Bahia avançar como zona livre sem vacinação, e isso representa um duplo benefício para o produtor: financeiro, pois vai baratear os custos de produção, e segurança do patrimônio. Este último, por sua vez, também acaba impactando positivamente na parte comercial, já que nossa produção será oriunda de zona livre, agregando mais valor”, pontua.
Com as parcerias desenvolvidas ao longo dos anos, a Adab avançou em seus níveis de certificação, mas com as exigências dos mercados que buscam cada vez mais rastreabilidade e segurança, a geolocalização é vista como uma ferramenta de vigilância fundamental para as atividades do segmento. Para o diretor de defesa animal, Carlos Augusto Spínola, a geolocalização é importante para, futuramente, elaborar um melhor planejamento da rotina de ações de vigilância e fiscalização, identificação e classificação de pontos de risco sanitário para diferentes pragas e doenças, além da realização de investigações epidemiológicas. “Considerando as dimensões territoriais da Bahia, precisamos adotar múltiplas estratégias para incrementar nosso índice de propriedades geolocalizadas, exatamente como outros estados da Federação já fizeram e, assim, aprimorar nossas defesas. E contar com o apoio da Faeb vai ser fundamental para o sucesso das ações”, disse Spínola.
Quem tem acompanhado esse trabalho, desde 2019, é o fiscal estadual agropecuário e médico veterinário da Adab, Antonio Maia. Ele coordena a ação e realizou pesquisa de “benchmarking” com as agências de defesa agropecuária do País, como a do Tocantins, Amazonas, Goiás, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo e Minas Gerais, para avaliar as melhores estratégias a serem adotadas na Bahia. “Usamos banco de dados de instituições parceiras para identificar e cadastrar propriedades, além de montar uma força tarefa com fiscais e técnicos em campo para a atividade, mas entendemos que será necessária a participação direta dos produtores para que a Bahia possa alcançar, no devido tempo, as condições para suspender a vacinação contra a Febre Aftosa. A autodeclaração é viável e promissora”.
Fonte: Agro Bahia / ADAB / FAEB
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